SEMANA DA SOLIDARIEDADE

De 06 à 12/11
“Tudo em nome da solidariedade é virtude e conquista do espírito enobrecido pelo amor.”
Vera Jacubowski
AMIGOS
Será que todos nós sabemos o que significa solidariedade? Afinal, o que é ser solidário? Para as pessoas egoístas a palavra incomoda, perturba, porque impõe mobilização de recursos em prol do próximo.
A solidariedade é um convite de alteridade, é sentir a necessidade íntima de partilhar, é querer ir mais além, é perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior à de receber; é estender a mão ao próximo sem nenhum tipo de preconceito. Internalizar o sentimento solidário, nos torna pessoas melhores.
Ser solidário é conquista, o aprendizado de identificação com o problema do próximo e é isto que nos leva a nos ajudarmos mutuamente.
É uma maneira de assistirmos moral e espiritualmente o outro, seja por simpatia, piedade ou por senso de justiça. Isto é a verdadeira união fraternal. É o compromisso que devemos assumir em relação às outras pessoas.
Como todas as virtudes, esta também exige esforço de nossa parte, mas se tivermos boa vontade e começarmos com uma mínima atitude solidária, sentiremos o nosso coração em paz e isto vai nos deixar muito leves, diríamos com a alma lavada.
Texto do Evangelho – Capítulo XX – Item 3
TERAPIA DA SOLIDARIEDADE
A senhora, culta e nobre de sentimentos, dispondo de algum tempo livre, resolveu aplica-lo de forma útil.
Como o índice de suicídios na cidade onde residia era elevado, dedicou-se ao edificante trabalho de atendimento do S.O.S. – Vida, serviço telefônico para os candidatos ao autocídio. Submeteu-se ao treinamento e, três vezes por semana, dedicava duas horas de seu dia, à relevante tarefa.
Em uma ocasião, foi surpreendida por uma voz feminina amargurada e nervosa, que dizia: “pretendo matar-me ainda hoje. Antes de fazê-lo, quis comunicar minha decisão a alguém. Por isso, estou telefonando.”
Fiel ao compromisso de não interferir no drama do cliente, manteve-se serena, indagando: “acredita que eu possa lhe ser útil?”
Com azedume a paciente reagiu: “ninguém pode ajudar-me, nem o desejo. Odeio o mundo e as pessoas. Sou uma infeliz e pretendo encerrar esta existência vazia.”
Como a senhora permanecesse em respeitoso silêncio a sofredora continuou sua narrativa. “Sou rica. Resido em uma bela mansão, no melhor bairro da cidade.
Tenho dois filhos: um homem e uma mulher, ambos casados e pais, que já me deram quatro netos.
Sou membro da alta sociedade, frequento ambientes luxuosos e requintados. Tenho tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas sabe o que mais me irrita? Sempre que a campainha do telefone soa e vou atender trata-se de ligação errada. Ou seja, ninguém se preocupa comigo. Terminados os encontros formais, sociais, ninguém é meu amigo!”
“Então – interferiu a senhora com habilidade – permita-me telefonar-lhe uma vez ou outra?”
“Com qual interesse? Perguntou a incrédula.
“Eu necessito de uma amiga.” – respondeu serenamente. Fez-se silêncio por um instante.
“Mas você não me conhece” – redarguiu mais calma, a sofredora.
“Isso não é importante. Vou conhecê-la depois. Forneça-me o número de seu telefone, por favor.” – insistiu a senhora.
“Não tenho o hábito de dá-lo a estranhos.” – respondeu um tanto contrariada.
“E como deseja, então, que a procurem?”
Depois de um instante de hesitação, ela cedeu e informou seu nome e número telefônico. Dois dias depois, a atendente telefonou para a desconhecida. Conversaram sobre assuntos gerais. A experiência repetiu-se muitas vezes.
Após alguns meses, resolvera conhecer-se pessoalmente em um café, e se tornaram amigas.
Hoje, ambas trabalham no S.O.S. – VIDA e o telefone, quando toca, é alguém pedindo socorro, no que sempre é oferecido com carinho. Aprendeu a amar. Tornou-se útil e solidária. Curou-se da solidão que a consumia e torturava. Recebe amor, aquele que o doa.
Muitas vezes não o recebe da pessoa a quem o oferta. Isso, porém, não é importante, desde que ame. A solidão é doença que decorre do egoísmo.
Quando alguém se dispõe a sair da concha do “eu”, enriquece-se de amor e de solidariedade.
Texto extraído do site http://www.momento.com.br